10 de abr. de 2010

Confissões

...Por que isto tudo é tão confuso, complicado... Porque é que tudo isto me deixa zangada...

As pessoas dizem “coisas” o tempo todo, e por vezes não percebemos o que eles realmente querem dizer, não percebemos o real sentido daquelas “coisas”.
Dizem que essa música é suave. Dizem que meu sono é complexo. Dizem que o meu cabelo fica bem quando está longo e escuro, já outros preferem ele claro e curto, e existem até aqueles que dizem que preferem ele quando está molhado. Quando me olham, dizem que sou pequena. Quando me conhecem, dizem coisas agradáveis e nem sempre verdadeiras. Até que acaba.

E então a verdade aparece...

Dizem que essa música é linda. E me pedem um sorriso. Quando me beijam, passam à mão nos meus seios. Quando a noite está acabando, pedem para eu ficar. E no outro dia me ligam.

Dizem que querem me ver.

Digo que escrevo, e então me perguntam o que escrevo, digo que falo sobre o tempo, a ausência, a perda, digo que escrevo sobre a vida, a minha vida.
Então me respondem que meus textos sempre empolgam ou assustam, ou ambas as coisas, ou nada.
Alguns chegam até a mim por eles, outros nem ligam se escrevo ou não, outros tentam vasculhar minha vida através dos meus textos e é claro, há os que me geram palavras.
Os que não me geram palavras costumam dizer “fique só comigo”. Os que realmente interessam ou me aceitam como sou ou se afastam, ou eu me transformo, de alguma forma que eu não saberia explicar.
Não sei o que acontece, mas pensei agora, não costumam se afastar não.
Eu é que estou sempre fugindo, e de repente mergulho. Por um olhar, um gesto, um detalhe. Eu mergulho por uma pequena intensidade, a intensidade é compacta, grandes gestos não costumam dizer muito. Prefiro ser abraçada o tempo todo a ouvir “Eu Te Amo”.

Odeio frases, engraçado, não?

“Eu te amo, Te adoro, você é linda, vamos sair, o que você acha?”

Em geral as perguntas me desagradam. Prefiro que Diga:

– “estou passando aí agora”. E darei uma desculpa, caso não goste de você, ou terei um grande prazer, e até quem sabe poderei sentir, através das suas medidas, pele nova para carne macia. Mastigarei nossas diferenças todas uma a uma, me envolvendo, com suas manias e modo de ser, e tudo de repente ficará no seu devido lugar, pelo menos naquele momento.

Seja meu texto, querido.

Eu te escolho...
Eu me entrego...
Estou sentindo...
Muito cedo para ser...
Mas...
Sim...
Por enquanto é quase...
Tuda sua...

Agora, nesse momento pelo menos...
Menos expectativas e mais café...
Não espere muito... Sou quase sua...

Vivo a me infiltrar em poros alheios. Você lê em hebraico. Eu leio no ônibus. Dizem que dá dor de cabeça, ler no ônibus. Dizem que estou em outro mundo, e você? Está nesse… Então e nesse que eu quero ficar...
Dizem que eu preciso aprender a controlar os impulsos. A não sair me entregando como se baila ao vento. Mas, às vezes, eu não faço isso. Só quero estar em casa, com você em mim.

O contraste.

Dizem que eu beijo demais. Escrevo demais. Sou dramática demais. E se você me gera palavra eu abraço essa música. E fico acordada a noite inteira se for preciso… apenas esperando você me ligar.


Tudo liquidificado... Tudo finalizado... Tudo liquidado. Na minha cabeça.